As duas principais companhias aéreas brasileiras, Varig e TAM, querem compartilhar vôos por mais dois anos, enquanto se reestruturam para uma possível fusão.A proposta foi levada ao órgão regulador da concorrência nesta terça-feira.

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O relator do processo de “code sharing” no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Thompson Andrade, disse que o órgão vai avaliar a proposta, que inclui a criação de uma empresa para administrar os vôos compartilhados, mas não estipulou prazo para uma resposta.

“A idéia é criar uma empresa que pouco a pouco pode substituir o sistema de code sharing”, disse Andrade. O Cade amenizou o tom depois de ter ouvido a proposta das duas empresas e já fala em permitir que outras companhias adotem acordos semelhantes.

Presente na reunião, o representante do Banco Fator, consultor do acordo de fusão entre as duas companhias, Luciano Coutinho, disse que a criação da nova empresa deve levar 120 dias.

A nova empresa será uma prestadora de serviços às duas companhias aéreas, com pequeno quadro de pessoal e controle exercido em partes iguais. “As operações internacionais não serão incluídas neste momento”, informaram as empresas em nota.

Uma das possibilidades que surgem com a nova proposta de “code sharing” é que as passagens das duas companhias sejam aceitas indiscriminadamente nos vôos compartilhados.

Perguntado se as empresas têm realmente a intenção de fazer uma fusão dentro de dois anos, o vice-presidente da Varig, Alberto Fajerman, explicou que a idéia é avançar em etapas: “Como uma associação”, limitou-se a responder aos jornalistas.

As negociações para a fusão tiveram início no ano passado, como uma saída para o agravamento da crise da aviação civil brasileira, que sofre com a queda do número de passageiros e endividamento da Varig. O governo acenou com a possibilidade de novos recursos do BNDES, se a fusão se concretizasse.

Nesse meio tempo, as duas empresas apresentaram a proposta de compartilhar vôos, conseguindo reduzir o número de aeronaves em uso e aumentando o nível de ocupação.

Segundo dados do Departamento de Aviação Civil (DAC) divulgados nesta terça-feira, a TAM transportou 33,87% dos passageiros no mercado doméstico em janeiro, ou 850,5 mil pessoas, apesar da redução da frota de 83 para 75 aviões no período de um ano. A ocupação das aeronaves foi de 64%.

A Varig, que teve sua frota reduzida em mais de 30 aviões, para 100 aeronaves, ficou com 29,73% da fatia de mercado, com menos de 200 mil passageiros a mais que a caçula Gol.

A Varig operou em janeiro com uma ocupação de 66% em suas aeronaves enquanto a Gol com 79%, a melhor taxa entre as empresas aéreas brasileiras. A média de ocupação do mercado foi de 67%.

Na área internacional, a Varig transportou 1,6 milhão de pessoas no mês passado, 8,1% a menos do que em janeiro de 2003, mas garantindo uma fatia de mercado de 86,18% para a empresa. A TAM ficou com 13,75% das viagens para o exterior, 28,9% a mais do que no ano anterior.

FONTE: Agência Brasil – Fernando Valduga – Porto Alegre/RS

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