A Varig divulgou comunicado informado que a partir desta quarta-feira vai retomar gradativamente sua malha de vôos. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou as informações.

No País, a Varig retomará os seguintes vôos:

1) Porto Alegre-São Paulo (Guarulhos)-Porto Alegre;

2) São Paulo (Guarulhos)-Manaus-São Paulo;

3) Fortaleza-São Paulo (Guarulhos)-Fortaleza; e

4) São Paulo (Guarulhos)-Salvador-Recife-Salvador-São Paulo.

Na malha internacional, serão os seguintes os vôos:

1) para Frankfurt, um vôo diário;

2) para Londres, em dias alternados;

3) para Miami e Nova York, também em dias alternados; e

4) para Buenos Aires, um vôo saindo de Porto Alegre para São Paulo e da capital paulista para a capital argentina, e outro, saindo do Rio de Janeiro para Buenos Aires.

Além disso, a Varig, segundo a Anac, fará vôos especialmente para trazer do Exterior passageiros prejudicados pela crise da empresa que estão aguardando transporte para o Brasil.

O primeiro desses vôos partiria às 22 horas da terça-feira para Lima (Peru); o segundo, no dia 27, para Santiago do Chile; o terceiro, no dia 28, para Caracas; e nos dias 28 e 30 deste mês, para Copenhague.

A empresa acertou sua participação do Plano de Contingência da Anac em reunião na sede da Varig, no Rio, com técnicos do órgão regulador e comprometeu-se a fazer, até a próxima segunda-feira, 31 de julho, vôos extras com destino à Europa e a outras capitais da América do Sul.

Em nota, a Varig informou que a VarigLog, que arrematou a companhia em leilão na última quinta-feira, “efetuou o depósito, no valor de US$ 75 milhões, na sexta-feira passada, antes do prazo previsto no edital do leilão e de acordo com as condições estabelecidas pela Justiça”.

A empresa lembrou ter providenciado também a abertura de linhas de crédito junto às empresas aéreas nacionais e internacionais, mantendo o aceite, por outras companhias de aviação, das passagens endossadas pela companhia.

“Nós reconhecemos o desconforto que os passageiros da Varig passaram, mas todos podem ter certeza que estamos trabalhando firme e com rapidez para solucionar os problemas, recompor a malha e normalizar os serviços”, declarou o presidente da Varig, Marcelo Bottini, no comunicado.

Marco Antonio Audi, conselheiro da VarigLog, alegou que “não é uma tarefa fácil fazer a Varig retomar suas atividades sem grandes traumas”. “Iniciamos o restabelecimento dos créditos com alguns credores, que alugam aviões à companhia.

Além disso estamos mantendo negociações com as empresas de leasing para aumentar a frota atual e retomar vôos que foram suspensos temporariamente”, ressaltou o executivo. A Varig informou, ainda, que está mantendo em dia o pagamento das taxas aeroportuárias com a Infraero e o pagamento de combustível à BR Distribuidora.

Na noite de terça, a Anac divulgou comunicado determinando que a Varig informasse “imediatamente” os vôos, após ter descumprido outra determinação da Agência que pediu que a companhia retomasse os vôos que suspendeu a partir de sexta-feira. Caso contrário, a Anac definiria as rotas que teriam de ser operadas pela Varig.

Durante todo o final de semana, a Varig não conseguiu cumprir a determinação da Anac de retomar os vôos, o que tem causado transtornos e tumultos nos principais aeroportos do país.

Na manhã de terça, o governo resolveu pressionar a Anac. A cobrança do governo veio por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, que quer explicações da direção da Varig.

O DPDC notificou a Anac, que é o órgão regulador do setor aéreo. A interpretação do DPDC é que, desde o leilão em que foi vendida a parte operacional da companhia para a VarigLog, há uma espécie de espaço vazio sobre as responsabilidades da empresa.

O diretor do DPDC, Ricardo Morishita, disse à Agência Estado que, ao se comunicar a Anac sobre o caso, o órgão de defesa do consumidor espera que sejam cobrados o presidente da Varig, e o gestor judicial que, por determinação da lei de recuperação judicial, ainda é o responsável pela parte da empresa que permanece sob responsabilidade da Justiça empresarial do Rio.

O DPDC espera que isso ajude a pressionar a Varig a resolver logo essa situação emergencial.

Morishita ressaltou que, nos últimos dias, têm sido “flagrantes” os casos de desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor pela empresa aérea.

Além dos casos relatados na imprensa, o departamento diz que também teve conhecimento de situações em que passageiros ligaram para o call center da companhia, antes de se deslocarem para os aeroportos, e foram informados de que os vôos estavam mantidos.

Chegando ao local, no entanto, descobriram que os embarques haviam sido cancelados. “Isso é propaganda enganosa”, afirmou Morishita. Ele frisou que “este tipo de desrespeito” pode ter conseqüências muito ruins, não só para a nova companhia que pretende se reerguer após o leilão como também para a aviação comercial em geral.

FONTE: Agência Estado – Irany Tereza e Isabel Sobral – São Paulo/SP

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