Nem bem começou a mostrar sinais de melhora, prevendo para este ano o primeiro lucro operacional desde 1997, a Varig já planeja voar para a China e definiu para o próximo ano sua volta ao mercado africano.

Até a visita prevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, em maio de 2004, a empresa espera já ter recebido permissão de vôos ao país asiático.

“A China hoje é o segundo principal parceiro comercial do Brasil, se eu não estivesse pensando nisso teria que ser demitido, e isso eu não quero, quem sabe a gente não leva a comitiva presidencial”, disse a jornalistas o vice-presidente comercial da Varig, Alberto Fajerman, na quarta-feira.

Com fusão ou sem fusão com a TAM, projeto que se arrasta desde o início de 2003 e vai entrar em 2004 indefinido, a Varig marcou para abril a volta ao mercado africano, que abandonou em 1999 por não ter obtido retorno financeiro, e para onde retorna logo após a visita do presidente Lula.

O retorno se dará com vôos diários de São Paulo para a África do Sul, operados em parceira com a South African Airways, informou Fajerman.

Além disso, a pedido de Lula, a empresa estuda estender o vôo previsto inicialmente para a África do Sul, com escala em Angola, para o pouco conhecido mercado de Moçambique, disse o executivo.

Carta-consulta até março

O vice-presidente executivo da Varig, Luiz Martins, previu que até março o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) terá finalmente recebido a carta-consulta do projeto de fusão, documento fundamental para o banco estudar um empréstimo à nova empresa que será criada. Martins é mais conservador que o vice-presidente comercial da TAM, Wagner Ferreira, que nesta quarta-feira previu que a carta será entregue em janeiro.

Mas o que será analisado pelo banco, ressaltou Martins, já não será mais o modelo original da associação, onde a empresa teria apenas 5% cento da nova companhia. “Aquilo (o modelo original) foi baseado numa fotografia tirada no pior momento da Varig, agora a situação é outra”, disse o executivo sem dar mais detalhes.

Mesmo com dívidas que atingem US$ 1,8 bilhão e patrimônio negativo de R$ 5 bilhões, a Varig tem conseguido fazer caixa para pagar seus compromissos do dia a dia após demitir 1,8 mil empregados em um ano e reduzir sua frota em 38 aviões, para 87 hoje. Até o final do ano recebe mais dois Boeing 777.

A adesão ao Refis, programa do governo para alongar dívidas com INSS e Receita Federal, amenizou os compromissos de curto prazo da companhia em US$ 880 milhões.

“Amortizamos US$ 330 milhões da nossa dívida este ano”, informou Martins, sem revelar os compromissos financeiros para 2004. Uma coisa porém ele dá como certa: “Não é possível atravessar 2004 sem uma capitalização”.

FONTE: Reuters Investor – Fernando Valduga – Porto Alegre/RS

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