A Embraer teve, em 2011, um bom ano em suas operações. A Companhia entregou um total de 105 aeronaves comerciais, e 99 aeronaves executivas, sendo 83 jatos leves e 16 jatos grandes. Além disso, as Receitas de Serviços e da unidade de negócio de Defesa e Segurança, que de acordo com as expectativas de mercado ultrapassaram o guidance da Companhia, combinaram-se com o efeito da entrega de algumas unidades adicionais na Aviação Comercial compensando o menor número de jatos executivos entregues no ano. A resultante foi o cumprimento do guidance de Receita em 2011. A Empresa manteve seu foco no P3E e consequentemente seus esforços para a melhoria da produtividade. Tais iniciativas, em conjunto com um bom mix de produtos, contribuíram para uma boa margem recorrente advinda das operações da Companhia e que deve superar o guidance de margem operacional.

Em 2011, a Empresa adicionou a seu backlog 124 novas encomendas da família dos E-Jets, o que possibilitou à Empresa terminar o ano com um backlog razoavelmente estável, totalizando US$ 15,4 bilhões. Com um grande volume de entregas no quarto trimestre de 2011, a Embraer obteve uma forte geração operacional de caixa no período e fechou o ano com uma posição líquida de caixa de aproximadamente US$ 470 milhões.

Em 2012, a Embraer tem a perspectiva de que a economia global continue a crescer de forma moderada, a uma taxa de aproximadamente 2,5%. Os mercados emergentes continuaram a liderar as estatísticas e devem crescer em 2012 em torno de 5%, enquanto que os Estados Unidos devem crescer aproximadamente 1,5% e a Europa deve manter-se estagnada, com uma taxa de crescimento muito próxima de zero. Neste cenário, que não difere muito daquele vivido em 2011, espera-se que em 2012 a demanda na Aviação Comercial permaneça nos mesmos patamares do ano anterior, indicando, portanto, um book-to-bill estável para o ano.

Na Aviação Executiva, apesar de alguns indicadores econômicos tais como o lucro corporativo ter atingido níveis recordes de alta, o mercado ainda não apresenta sinais de recuperação. A volatilidade dos mercados financeiros e as incertezas principalmente em relação à economia europeia têm afetado a recuperação do mercado de jatos executivos e 2012 deve se assemelhar bastante ao que foi o ano de 2011.

No mercado de Defesa e Segurança as perspectivas são de um crescimento mais acelerado, de forma que em cinco anos, essa unidade de negócio deverá ter um papel mais relevante no mix de Receitas da Companhia. Considerando um crescimento mais acelerado na área de Defesa e Segurança, e mercados estáveis na Aviação Executiva e na Aviação Comercial, a Empresa espera que suas Receitas possam ter um pequeno crescimento em 2012.

Para os próximos anos o crescimento das Receitas da Companhia dependerá bastante da evolução do cenário macroeconômico que ainda permanece instável.

Com relação à estratégia de produtos, o programa Legacy 450 e Legacy 500 entram na fase final de desenvolvimento e consequentemente demanda mais investimentos nos próximos dois anos. As despesas com pesquisa pré-competitivas devem sofrer um pequeno aumento em 2012 em decorrência do processo de definição final do projeto de renovação dos E-Jets. Em Portugal seguem os investimentos em CAPEX para finalizar a construção das plantas de Évora, que, em 2012, começam suas operações industriais.

Tendo em vista o cenário acima descrito, em 2012, a Embraer espera entregar de 105 a 110 jatos comerciais, 75 e 85 jatos executivos leves e de 15 a 20 jatos executivos grandes. Dado o mix de produtos, a Companhia espera atingir uma Receita liquida entre US$ 5,8 e US$ 6,2 bilhões, onde a Aviação Comercial contribui com até US$ 3,850 bilhões, a Aviação Executiva com US$ 1,3 bilhão e o negócio de Defesa e Segurança com US$ 950 milhões.

Adicionalmente, a receita esperada dos Outros negócios é de aproximadamente US$ 100 milhões. As receitas de serviços estão inclusas nas receitas de cada uma das unidades de negócio e devem totalizar entre US$ 750 e US$ 800 milhões, sendo segmentadas com 60% para aviação comercial, 20% para aviação executiva e 20% para defesa.

Em suas projeções a Companhia está assumindo que a taxa média de câmbio deverá se manter estável em 2012, e similar a de 2011. Além disso, as despesas operacionais serão impactadas pelo dissídio coletivo resultado em um aumento de aproximadamente 10% na folha de pagamentos e um aumento esperado nas despesas comerciais como consequência do mix diferente de produtos e do aumento dos esforços de comercialização. Com isso, a Embraer espera atingir uma margem operacional entre 8% e 8,5% em 2012. Por conseguinte a margem EBITDA esperada deve atingir entre 11,5% e 12,5%.

Em 2012, o investimento total esperado deve totalizar US$ 650 milhões, dos quais as despesas com pesquisa pré-competitiva devem atingir US$ 100 milhões, as despesas com desenvolvimento de produtos US$ 350 milhões e o total de CAPEX US$ 200 milhões. É importante ainda salientar que em 2011 a Empresa conseguiu antecipar US$ 70 milhões de contribuição de parceiros, o que reduziu o total de investimentos inicialmente previstos para o ano passado. Assim, tendo conseguido antecipar boa parte das contribuições de parceiros nos anos anteriores, os investimentos em desenvolvimento de produtos em 2012 serão quase que integralmente incorridos pela Embraer.