O presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, afirmou nesta quinta-feira na Comissão de Turismo e Desporto que a Copa do Mundo de 2014 vai exigir uma revisão dos investimentos já programados para os aeroportos brasileiros, a fim de aumentar o acesso a eles. Segundo Gaudenzi, essa revisão deve ocorrer após a definição das cidades que vão sediar os jogos.

Gaudenzi participou da audiência sobre a acessibilidade dos aeroportos para os passageiros. Ele explicou que o governo está trabalhando em soluções ferroviárias. “Estamos estudando a possibilidade de alguns aeroportos terem acesso a ferrovias, metrôs ou outros veículos mais leves sobre trilhos que levariam os passageiros a distâncias um pouco maiores, até porque a tendência hoje é de aeroportos mais longe das cidades.”

Ele citou como exemplo o aeroporto de Guarulhos (SP). Em alguns casos, o tempo de viagem de avião até esse aeroporto é menor do que o tempo de deslocamento do aeroporto ao centro da cidade. A estatal está trabalhando, inclusive, com a possibilidade de ligação direta ao aeroporto de Viracopos, em Campinas. Esse aeroporto, explica Gaudenzi, tem a vantagem de operar durante todo o ano, sem fechar por causa de problemas climáticos. No aeroporto do Galeão (RJ), a Infraero pensa em ampliar a acessibilidade por acesso marítimo.

O dirigente acrescentou que essa integração é buscada em todo o mundo. O presidente da Infraero citou ainda o exemplo da acessibilidade do aeroporto de Hong Kong, construído em uma ilha artificial e que possui acesso por ar, por mar e por terra.

A presidente da Comissão de Turismo, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), lembrou que boa parte da crise aérea é explicada pela dificuldade de acesso a alguns aeroportos. “Em toda essa crise em Congonhas está implícita a discussão da acessibilidade a Guarulhos.” Para a deputada, a resistência em sair de Congonhas ocorre porque o lugar já está estruturado e pode haver “alguns prejuízos financeiros”.

Lídice da Mata anunciou que vai pedir audiência ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, para discutir a decisão do Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA) de limitar a operação de vôos charters (fretados) no espaço aéreo brasileiro entre 1º de dezembro deste ano e 15 de março de 2008. A restrição, segundo o Centro de Gerenciamento, é necessária porque o sistema de radar de Brasília está sobrecarregado.

Segundo a deputada, essa limitação deve significar a perda de 60 vôos charters apenas para a Bahia em janeiro e fevereiro do próximo ano, com um total de 10 mil passageiros.

A intervenção da Comissão de Turismo nas negociações com o Ministério da Defesa, com a intenção de flexibilizar essas restrições, foi solicitada pela Embratur e pelas empresas que fazem vôos charters.

FONTE: Agência Câmara – Silvia Mugnatto – São Paulo/SP

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here