O Ministério da Defesa informou nesta quarta-feira que tentará assegurar que empresas nacionais se beneficiem da concorrência para a compra de novos caças de combate, mas negou que dará ajuda específica à Embraer caso a companhia e seus parceiros franceses não ganhem o contrato.

Em comunicado, o Ministério da Defesa informou que as interpretações das declarações do ministro José Viegas esta semana de que a Embraer iria receber ajuda especial do governo se perdesse o contrato dos jatos, avaliado em US$ 700 milhões, “não estavam corretas”.

“A (interpretação) correta é que, sim, o governo fará o possível para assegurar que a indústria nacional como um todo se beneficie”, disse o comunicado. Uma porta-voz do ministério disse que a afirmação se aplica a todas as companhias do país, incluindo a Embraer.

Ela acrescentou que a decisão sobre o grupo vencedor do contrato agora é esperada para o final deste mês ou início de abril.

Uma porta-voz da Embraer disse que a empresa não irá comentar a declaração do Ministério da Defesa.

Após abrir em alta, as ações da Embraer encerraram em queda de 3,23%, cotadas a R$ 21, puxadas pela queda geral da Bovespa, que caiu 4,43%.

O analista da BES Securities Alexandre Garcia afirmou que “a maioria das pessoas considera que a Embraer já ganhou o contrato” por causa da vantagem de ser uma empresa nacional. “Se eles não ganharem, será uma surpresa.”

A Embraer, junto com a francesa Dassault Aviation – que detém uma participação na fabricante brasileira – ofereceu uma versão especial do jato de combate Mirage.

As outras empresas na disputa pelo que pode ser o maior contrato militar da história recente da América Latina são a Lockheed Martin, com o jato F-16, a Saab e a BAE Systems com o caça Gripen. A russa Sukhoi ofereceu o avião Su-35 “Super Flanker”.

Com a condição de ser a quarta maior fabricante de aviões civis do mundo e com a promessa de produzir grande parte dos Mirages no país, a Embraer tem argumentado que é a escolha natural para o contrato.

Porém, os outros competidores mostraram irritação com a alegação da Embraer, afirmando que a empresa exagerou na quantidade de aviões que fabricará no Brasil.

Eles também afirmam que as empresas brasileiras se beneficiarão de qualquer forma já que uma importante exigência da oferta é a chamada compensação tecnológica (offsets), quantidade de conhecimento tecnológico que será transferido ao Brasil pela empresa vencedora.

A Força Aérea Brasileira já avaliou os aspectos técnicos dos aviões e a decisão final será tomada por uma comissão especial composta por vários ministros, o vice-presidente e os líderes do Congresso.

FONTE: Reuters Investor – Fernando Valduga – Porto Alegre/RS

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