Uma vez restaurados, os aviões serão exibidos em caráter permanente no Museu Aeroespacial (MUSAL), no Rio de Janeiro, e no Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB), em São José dos Campos, no Estado de São Paulo.

“Esta iniciativa é parte das ações para recuperação da memória histórica da Embraer e o sucesso do trabalho é resultado da dedicação e proficiência dos alunos aprendizes do SENAI”, disse Pedro Ferraz, Diretor do Instituto Embraer de Educação e Pesquisa. “A experiência é positiva tanto para os alunos, que obtêm uma oportunidade de praticar os conhecimentos adquiridos em sala de aula, como para a Empresa, que tem o privilégio de conhecer profissionais do futuro e contribuir diretamente para a sua formação.”

A restauração do primeiro protótipo, matrícula PT-ZVE, cujo vôo inaugural ocorreu em 18 de agosto de 1990, será concluída em julho. O avião será apresentado nas comemorações do 40º aniversário da Embraer, em agosto, antes de ser transferido para as dependências do MAB. Já a restauração do segundo protótipo, matrícula PT-ZVB, foi finalizada neste mês de maio. Com interior configurado para 19 passageiros, como previsto no projeto original, o avião inicialmente ficará exposto aos empregados da Embraer na sede da Empresa em São José dos Campos até junho, sendo então transferido para o MUSAL, no Rio de Janeiro.

“Projetos como o restauro do CBA 123 da Embraer são oportunidades valiosas para nossos alunos demonstrarem seu conhecimento, habilidades e atitudes profissionais”, disse o Professor Fernando Gonçalves, Diretor do SENAI de São José dos Campos. “Sob a coordenação de profissionais experientes, os alunos ganham vivência em um ambiente industrial e empresarial, complementando as atividades curriculares com trabalhos práticos, dentro de normas e padrões estabelecidos.”

Coordenados por líderes técnicos da Embraer, os alunos se dedicam ao projeto em paralelo à rotina acadêmica no SENAI. As atividades envolvem instrução, treinamento e acompanhamento dos alunos, que adquirem conhecimentos em fabricação de aeronaves, técnicas de montagem e utilização de ferramentas especializadas. Durante o processo de recuperação, várias partes da fuselagem, cabine e asas precisaram ser reconstruídas com material composto.

Um acordo de cooperação no setor aeronáutico entre Brasil e Argentina, em 1987, resultou no desenvolvimento de um projeto em parceria entre a Embraer e a Fábrica Argentina de Material Aeroespacial (FAMA): o CBA 123 (a sigla CBA significa Cooperação Brasil- Argentina), comercialmente denominado Vector. O CBA 123 foi uma aeronave sofisticada e moderna, que apresentava significativas melhorias em termos de inovações técnicas, velocidade, segurança e conforto. Equipada com motor tipo pusher instalado na parte traseira da fuselagem, com hélices na parte posterior, a aeronave foi projetada com 19 assentos. A campanha de certificação contou com dois protótipos e o primeiro vôo foi realizado pela aeronave prefixo PT-ZVE no dia 18 de agosto de 1990.

O avançado projeto demonstrou-se incompatível com as expectativas do mercado, que no início da década de 1990 experimentou acentuada crise logo após a primeira Guerra do Golfo, levando à sua inviabilidade econômica e conseqüente cancelamento da produção. O acordo de cooperação técnica com a indústria argentina foi descontinuado a partir de 1991 e o projeto finalmente encerrado em 1995. Várias das tecnologias desenvolvidas para o CBA 123, entretanto, foram mais tarde incorporadas ao programa ERJ 145.

FONTE: Aviação Brasil – Assessoria de Imprensa – São Paulo/SP

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