O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, afirmou nesta quinta-feira que o tráfego aéreo brasileiro é um dos mais seguros do mundo, mas cobrou investimentos em infra-estrutura que acompanhem o crescimento do mercado. “Na prática, significa fazer com que o investimento chegue ao seu destino final, ou seja, fazer com que os órgãos competentes tenham condições de modernizar, de ampliar o sistema de controle de tráfego aéreo e também de infra-estrutura aeroportuária”, reclamou em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Crise Aérea.

Constantino informou que o Brasil está na categoria 1 na avaliação do órgão regulador da segurança aérea dos Estados Unidos. Ele considera o sistema modelo em termos de cobertura do espaço aéreo e na relação custo-benefício.

O presidente da Gol admite que o sistema não é infalível e que exige treinamento e atenção dos responsáveis pelo trabalho de controle. Ele lembrou, no entanto, que, até outubro do ano passado (mês seguinte ao do acidente com o Boeing da Gol), o sistema funcionava sem problemas. Constantino afirmou que desconhece as causas da crise que persiste até hoje.

Para o presidente da Gol, o crescimento do mercado de aviação civil provocou “gargalos” em alguns aeroportos, como o de Congonhas, em São Paulo. De maneira geral, no entanto, ele considera a estrutura adequada, mas adverte que serão necessários investimentos na construção de novos terminais e pistas no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), para evitar que se repitam os problemas de Congonhas.

Constantino lembrou que a redução de até 50% nos preços das passagens nos últimos anos provocou o crescimento do mercado, o que exige agilidade da Infraero para garantir o correspondente investimento em infra-estrutura. Ele ainda citou a necessidade de reuniões regulares do Conselho de Aviação Civil (Conac) para redefinir a política para o setor. Ele lembrou que a última reunião do Conac foi realizada em 2003.

O relator da CPI da Crise Aérea, deputado Marco Maia (PT-RS), disse que deve incluir em seu relatório recomendações sobre a necessidade de uma política de investimentos para o setor. “Temos um crescimento de 17% a 18% no setor e um crescimento previsto na economia de 4,5% a 5%, portanto, se a economia continuar crescendo dessa forma, se o setor aéreo continuar crescendo nessa mesma potência, nós vamos ter que aumentar os investimentos na área na mesma proporção. Sob pena de ocorrer uma nova crise nos próximos anos”, assinalou.

Abaixo Aviação Brasil informa a agenda da CPI da Crise Aérea:

Segunda-feira (4/6): depoimento dos quatro controladores de vôo denunciados por crime culposo (sem intenção) pelo Ministério Público Federal: Felipe dos Santos Reis, Leandro José Santos Barros, Jomarcelo Fernandes dos Santos e Lucivando Tibúrcio de Alencar.

Terça-feira (5/6): depoimentos do tenente-brigadeiro Neimar Diegues Barreiro, Secretário de Finanças da Aeronáutica; do presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), José Márcio Monsão Mollo, e do presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado.

Quarta-feira (6/6): depoimentos do presidente da TAM, Antonio Bologna; do presidente da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (Appa), George Sucupira; e do funcionário da Embraer e um dos passageiros do jato executivo Legacy que colidiu com o Boeing da Gol em 29 de setembro de 2006, Daniel Bachmann.

Dia 12/6: depoimentos do presidente da Infraero, José Carlos Pereira, e do ex-presidente da Infraero Carlos Wilson Rocha de Queirós Campos

Dia 13/6: votação de requerimentos

Dia 14/6: depoimentos de dois ex-presidentes da Infraero, Luiz Fernando Perrone e Eduardo Bogalho Pettengill

FONTE: Agência Câmara Editado por Aviação Brasil – Geórgia Moraes, Newton Araújo Jr e Alexandre Barros – São Paulo/SP

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