Foto: Enos Moura Filho
Foto: Enos Moura Filho

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, sigla em inglês) anunciou que a taxa de acidentes globais de 2012 para jatos feitos no Ocidente foi a menor da história da aviação.

·         A taxa de acidentes globais de 2012 para jatos feitos no Ocidente (calculada a partir da perda de fuselagem por milhão de voos em jatos feitos no Ocidente) foi de 0,20, o equivalente a um acidente a cada 5 milhões de voos.

·         Isso representa uma melhora de 46% em comparação a 2011, quando a taxa de acidentes foi de 0,37, ou um acidente a cada 2,7 milhões de voos.

·         As 240+ companhias aéreas, que são membros da IATA, não tiveram perda de fuselagem de jatos produzidos no Ocidente em 2012.

“O desempenho de segurança de 2012 foi o melhor da história. A cada dia, aproximadamente 100 mil voos chegam com segurança a seu destino. Companhias aéreas, aeroportos, provedores de serviços de navegação aérea, fabricantes e reguladores de segurança trabalham juntos para garantir que cada voo seja o mais seguro possível. A dedicação e a cooperação de todos eles fizeram com que os voos aéreos sejam excepcionalmente seguros. Ainda assim, há trabalho a ser realizado. Cada acidente é mais que o ideal e cada fatalidade é uma tragédia humana. A primeira empresa de voos comerciais começou em 1º de janeiro de 1914. Desde essa época, todos na indústria aérea têm a melhoria de segurança como sua primeira prioridade”, disse Tony Tyler, diretor e CEO da IATA.

Segurança em números:

·         Aproximadamente 3 bilhões de pessoas voaram com segurança em 37,5 milhões de voos (29,8 milhões em jets, 7,7 milhões em turboprop)
·         75 acidentes (todos os tipos de aeronaves, feitas no Ocidente e Oriente), abaixo dos 92 registrados em 2011
·         15 acidentes fatais (todos os tipos de aeronaves) ante 22 em 2011
·         6 acidentes de perda de fuselagem envolvendo jets feitos no Ocidente, comparado aos 11 de 2011
·         3 acidentes de perda de fuselagem fatais envolvendo jets feitos no Ocidente, frente aos 5 de 2011
·         414 fatalidades ante 486 em 2011
·         A taxa de fatalidade aumentou levemente para 0,08 por milhão de passageiros, na comparação com os 0,07 de 2011, baseada em operações de jets feitos no Ocidente
·         Companhias aéreas que são membros da IATA tiveram desempenho acima da média da indústria em acidentes de todos os tipos de aeronaves (0,71 acidentes a cada milhão de voos comparados a 2,01), com 13 dos 75 acidentes.

Companhias aéreas que estão no Registro de Auditoria de Segurança Operacional (Operational Safety Audit Registry, com a sigla IOSA) tiveram acidentes com perda de fuselagem em jets feitos no Ocidente. A taxa total de acidentes (todos os tipos de aeronaves) em empresas registradas na IOSA foi 4,3 vezes melhor que as taxas de empresas que não fazem parte da IOSA (0,96 versus 4,11). Atualmente, 381 companhias aéreas estão nos registros da IOSA (www.iata.org/registry). Para as 240+ companhias aéreas da IATA, a IOSA é um requisito para se afiliar à associação. As quase 140 companhias aéreas que não são membros, mas estão no registro, indicam que a IOSA se tornou uma referência global para o gerenciamento da operação de segurança de companhias aéreas.

“Uma vez mais, a IOSA demonstrou seu impacto positivo na segurança da aviação. Empresas que estão no registro da IOSA apresentaram taxa de acidentes mais de quatro vezes melhor do que a das empresas que não estão registradas. Não somente as empresas registradas na IOSA tiveram uma taxa menor de acidentes, mas os acidentes foram também menos severos em termos e fatalidades e danos às aeronaves”, afirmou Tyler.

Durante 2012, a IATA continuou seu trabalho com as empresas associadas para desenvolver o Enhanced IOSA, que adiciona uma dimensão maior com foco em um programa de qualidade interna de companhias aéreas para implantar metodologia de auditoria própria baseada nos princípios da IOSA.

Destaques regionais – Taxas de perda de fuselagem em jets feitos no Ocidente

·         As seguintes regiões tiveram melhor desempenho que a taxa de 0,20 de perda de fuselagem de jets feitos no Ocidente: Comunidade dos Estados Independentes (0,0), Europa (0,15), Oriente Médio e Norte da África (0,0), América do Norte (0,0) e Norte da Ásia (0,0).
·         As seguintes regiões tiveram melhor desempenho em 2012, comparado a 2011: Comunidade dos Estados Independentes (de 1,06 para 0,0), América Latina e Caribe (de 1,28 a 0,42), Oriente Médio e Norte da África (2,02 para 0,0) e América do Norte (de 0,10 para 0,0).
·         As seguintes regiões tiveram queda na melhoria de desempenho em 2012, comparada a 2011: África (de 3,27 para 3,71), Ásia-Pacífico (de 0,25 para 0,48) e Europa (de 0,0 para 0,15).
·         América Latina e Caribe tiveram seu segundo ano de melhora consecutiva (0,42 ante 1,28), mas a taxa da região ainda é mais alta que a média mundial.
·         África registrou taxas mais altas, de 3,27 em 2011 para 3,71 em 2012, e ainda é o pior desempenho por longa margem.

A taxa de perda de fuselagem na África em jatos feitos no Ocidente foi maior em comparação com 2011 (3,71 versus 3,27). A taxa de acidentes na região para todos os tipos de aeronaves mais que dobrou (12,44 acidentes por milhão de voos contra 6,17 acidentes por milhões de voos em 2011), com 13 acidentes em 2012 (versus 8 acidentes em 2011). Empresas aéreas registradas no IOSA não tiveram acidentes.

“A África é continente dividido em performance. Empresas aéreas registradas no IOSA estão desempenhando acima ou dentro das taxas médias da indústria. Mas o desempenho geral do continente está longe de estar satisfatório. Deveria ser seguro voar na África como em qualquer outra parte do mundo”, ressaltou Tyler.

Em maio de 2012, a IATA, a Organização Internacional de Aviação Civil (International Civil Aviation Organization, com sigla ICAO) e outras organizações firmaram um compromisso com o Plano de Ação de Melhoria Estratégica na África, que objetiva focar em deficiências de segurança e reforçar a regulamentação na região até 2015. O plano foi endossado como parte da “Abuja Declaration” da reunião ministerial sobre a Segurança da Aviação da União Africana em julho, e endossada na Assembleia da União Africana em janeiro de 2013.

“Os stakeholders estão unidos e comprometidos em levar toda a África aos níveis mundiais de segurança por meio da adoção de padrões mundiais. A Abuja Declaration é um passo-chave para esse caminho”, disse Tyler. A adoção da IOSA é mandatória para os Estados africanos chegarem ao sucesso desse plano.

Análise de acidentes

Acidentes em que aviões saem da pista durante pouso ou decolagem foram os mais comuns em 2012 (28% do total de acidentes). A maioria deles (82%) ocorrem depois de uma aproximação estável em que a aeronave flutua além do ponto normal em que deve tocar a pista, ou porque o sistema de freios não é ativado no tempo certo, ou porque o controle direcional não foi mantido depois do pouso.

Esse tipo de acidente continua a ser um desafio para a indústria. Apesar do aumento da taxa desse tipo de acidente em 2012, a tendência dos últimos cinco anos é de queda (2008, 28; 2009, 23; 2010, 20; 2011, 17; 2012, 21). Em 2013, a IATA continuará a trabalhar com parceiros da indústria para dar suporte a seminários regionais sobre segurança em pistas e para atualizar o kit IATA Excursion Risk Reduction (RERR). Além disso, a IOSA agora requer que as empresas aéreas façam uso do programa de Flight Data Analysis (FDA), que pode ajudar a identificar o que provoca esse tipo de acidente.

Perda de controle durante o voo (LOC-I)

Esse não é um dos tipos mais comuns de acidente (em 2008, houve 14 acidentes por LOC-I, seguidos por: 2009, 9; 2010, 10; 2011, 8; 2012, 6). No entanto, acidentes LOC-I resultam no maior número de fatalidades (43% de todos os acidentes fatais e 60% de todas as fatalidades de 2008-2012). A IATA está trabalhando com parceiros da indústria para implantar um programa de prevenção de LOC-I que ajudará operadores a entender os fatores que estão envolvidos nesses eventos. Adicionalmente, esse programa norteará um melhor treinamento de pilotos e estabelecerá um processo de feedback dentro da IATA Training and Qualification Initiative (ITQI).